É nesta linha que as estratégias de competitividade e desenvolvimento da EU têm como um dos seus principais alicerces a sustentabilidade, como demonstram o novo roteiro da Europa para o crescimento sustentável, o ambicioso Pacto Ecológico Europeu (“Green Deal”), que define a forma de tornar a Europa o primeiro continente com impacto neutro no clima até 2050.
A par das políticas e da regulamentação governamentais, os cidadãos, as comunidades e as organizações têm um papel a desempenhar em todos os setores da sociedade e da economia. Para o efeito, no âmbito do Pacto Ecológico, a Comissão vai lançar um pacto europeu para o clima a fim de dar aos cidadãos e às partes interessadas de todos os setores da sociedade uma voz e um papel na conceção de novas ações climáticas, na partilha de informações, no lançamento de atividades em pequena escala e na divulgação de soluções que outros possam seguir. As contribuições para esta consulta pública serão utilizadas para elaborar o pacto antes do seu lançamento, em antecipação da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), prevista para Glasgow, em novembro de 2020, mas de momento adiada, sem confirmação de data.
De destacar que a Comissão Europeia apresentou o Pacto Ecológico Europeu,- COM(2019) 640 final – um pacote de medidas extremamente ambicioso que deverá permitir às empresas e aos cidadãos europeus beneficiar de uma transição ecológica sustentável. Estas medidas serão acompanhadas de um roteiro inicial de políticas fundamentais, que vão desde uma redução ambiciosa das emissões até ao investimento na investigação e na inovação de ponta, a fim de preservar o ambiente natural da Europa.
O Plano de Investimento do Pacto Ecológico Europeu, também designado por Plano de Investimento para uma Europa Sustentável, é o pilar «investimento» do Pacto Ecológico. Para atingir os objetivos fixados pelo Pacto Ecológico Europeu, o plano irá mobilizar pelo menos 1 bilião de EUR de investimentos sustentáveis ao longo da próxima década.
O Mecanismo para uma Transição Justa, que faz parte do plano, destina-se a garantir uma transição justa e equitativa para a economia verde. Este mecanismo mobilizará pelo menos 100 mil milhões de EUR de investimentos no período 2021-2027, para apoiar os trabalhadores e os cidadãos das regiões mais afetadas pela transição.
O Fundo para uma Transição Justa (FTJ) prestará apoio a todos os Estados-Membros, privilegiando os territórios e regiões mais afetados pela transição para a neutralidade climática. O método de repartição baseia-se em critérios objetivos e claros.
Com a Proposta de Regulamento da EU – Lei Europeia do Clima, a Comissão propõe um objetivo juridicamente vinculativo de neutralidade climática até 2050. As instituições da UE e os Estados-Membros são coletivamente obrigados a tomar as medidas necessárias, a nível nacional e da UE, para cumprir o objetivo.
A Lei Europeia do Clima inclui medidas para acompanhar os progressos e adaptar as nossas ações em conformidade, com base nos sistemas existentes, como o processo de governação para os planos nacionais dos Estados-Membros em matéria de energia e clima, os relatórios periódicos da Agência Europeia do Ambiente e os mais recentes dados científicos sobre as alterações climáticas e as suas consequências.
Também alinhado com o Green Deal, a Comissão Europeia adotou a 11 de março 2020 – COM(2020) 98 final um novo Plano de Ação para a Economia Circular que aponta para a necessidade de uma nova visão em torno da diminuição dos resíduos e das prioridades dadas à prevenção da produção de qualquer tipo de resíduos e à sua transformação em recursos secundários de elevada qualidade, que tirem partido do bom funcionamento do mercado das matérias-primas secundárias.
A CE vai investigar a possibilidade de criar um modelo harmonizado, à escala da UE, para a recolha seletiva dos resíduos e a rotulagem dos produtos. O Plano de Ação para a Economia Circular propõe igualmente uma série de medidas destinadas a reduzir ao mínimo as exportações de resíduos da UE e a combater as transferências ilegais.